Robô Aurélio
Conversas com um robô, Aurélio? Um robô!
Um robô, Aurélio! Um robô!
Que triste, Aurélio. Um robô. Que triste, amor.
Que triste. Um robô.
Dor, Aurélio? Dor? Que dor!
Está doendo. Doendo, Aurélio?
Doendo!
O que dói? A dor.
Que dor?
Dor.
Cadê tua fome, robô? Cadê?
Para onde foi?
Para o robô?
Que robô?
Robô, Aurélio.
Tu és um robô.
Tua fome, cadê?
Saciou?
Matou?
Morreu. Morreu, Aurélio.
Tu estás morto.
Que horror.
Pavor.
Quanta dor!
Mas que dor?
Aurélio, sem cor, não há dor.
Não sinto nada.
Não está doendo.
Mas cadê minha fome?
Que dor!
Sepultou.
Eu a sepultei!
Não.
Não.
Ela foi sepultada.
Tanto odor.
Odor da morte.
A morte advinda do horror.
Matou.
Cadê o robô?
O horror está em ti, Aurélio.
O robô está em ti, Aurélio.
A dor te consumiu.
A tua fome saciou.
Saciou a dor.
A dor te assassinou.
Vive, Aurélio!
Não há mais dor.
Comentários
Postar um comentário